domingo, 26 de junho de 2016

De sonhos imcompletos

Isso aqui não é poesia,
É um manifesto
Porque tudo que é muito doce um dia amarga,
Desculpe-me os incomodados, mas meu discurso não é feminista,
É feminino.
É sobre o medo de um viver diario, de um SOBREVIVER em sofrimento
Não falo de medo de rato, nem de barata
Pra esses existem veneno,
O medo tem a raiz mais embaixo, no fundo do pensamento
É o medo de sair na rua a noite e ser confundida com um pedaço de carne
Ser humilhada, usada, abusada
Ser violentada, explorada, estuprada
SEM CONSENTIMENTO
É o medo de usar a saia/short da moda,
Naquele passeio com as amigas
Porque se você não tem um carro na porta,
Pior, se morar em periferia
Vai virar alvo da sociedade e nem a sua dignidade, vc vai ter direito:
"Mas na rua, sozinha, uma hora dessa?!"
"Com essa roupa?!"
"Estivesse em casa, não teria acontecido."
Obrigada, sociedade, por me mostrar toda vez, que é em mim que está o perigo.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Eu poderia tentar explicar, mas você não chegaria realmente a entender
Não a cores que reflitam, nem calculos que mencionem
Suas palavras não alcançam, seus olhos não conseguem dimensionar
Você pode até dizer que entende, mas não tem ideia,
Do que é deitar todo dia sentindo, que o mais lindo que se tem na vida, é a perspectiva da morte
E se você acha que sabe o que é um dor, te desafio a sentir
O que é uma escuridão tão funda, que destoa seus sentidos e esmaga sua vontade
E no dia que você se levantar bem, meu bem, espere
Porque a sensação virá, porque ninguém se importa realmente
Porque eu escrevo isso?
Porque novamente eu digo, você, nem ninguém, sabe o que é a dor de não se sentir confortavel consigo.