sábado, 12 de novembro de 2016

Cidade de concreto

E lá se vai mais um dia
Na escura e vazia, cidade de concreto
Onde o garoto chora enquanto a mãe implora
A Deus um lamento
Mas ninguém percebe
Ninguém se olha
Ninguém se preocupa em escutar
Porque ninguém entende, que é só mais uma gente
No meio dessa gente, ninguém mais há
E pobre do garoto pobre, que quer ser rico
Mas fica na sinaleira, pra comida não faltar
E pobre da alma, tão vazia e fria
Da menina rica, que só sabe chorar
E vai chorar porque? Se tens de tudo?
Mas na cidade de concreto quem existe é aquele que tem teto mas não tem lar
E assim vai a vida, vai mais um dia
Onde ninguém se importa quanto tempo vai durar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

É errado admitir que eu quero um pouco mais?
Aqui entre nós, beijos castos são para anjos
Eu quero forte, eu preciso de algo duro
De carne contra carne
Lábios colados
Pele excitada

Eu quero mergulhar as minhas mãos em seu cabelo
E gemer sub sua boca
Enquanto sua língua encontra um belo caminho sobre mim
Esfregar cada parte do meu corpo contra sua
Sentir cada dedo, em meu pescoço, em meu rosto, nos meus seios

Eu posso deitar na cama e ser sua
Ou posso ficar por cima e tomar o que é meu
Ter horas de diversão, do tipo mais selvagem
Com direito a tapas, arranhões e marcas
Eu quero cada gota de prazer que vc tem, e quando não mais tiver, criar mais um pouco

Em palavras francas eu quero que você me tome, me coma, me foda
Me rasgue
E se não for pedir demais, me ame.

Dia de chuva

Hoje está frio
Um frio bom para estar junto
Para deitar sob as cobertas com você, e conversar besteiras
Bom para comer chocolate enquanto sinto seu cheiro envolver-me completamente
Bom pra alisar seu cabelo e mexer em sua barba, porque de repente isso é tudo o que eu mais quero hoje
Bom pra fingir que é fim de semana, eternamente, e que a segunda feira nunca vai chegar, assim eu posso te ter pra sempre
Bom pra fazer guerra de cócegas, mesmo sabendo que você sempre ganha, mas esperando sempre aquele beijo quente que vem no final
Bom pra te ter pertinho
Mas alguns quilômetros nos separam
E um dia. Quando chover novamente, eu quero me deitar no seu colo, e ouvir você me dizer, que eu sou a única coisa que você precisa por agora.

domingo, 3 de julho de 2016

Brotos

Porque rasga-me paixão
Após podar-me os galhos
Ainda arrancas de mim a vontade que tenho de me fazer flor
Não percebes que quando dizes que regas outras mudas
Seca-me a alma e inunda-me os olhos
Então me pedes que com o sol me abra para usares de novo do meu lento crescer
Porque, coração me tratas com tão fina agua(mar)
Se depois me largas, por outro brotar?

domingo, 26 de junho de 2016

De sonhos imcompletos

Isso aqui não é poesia,
É um manifesto
Porque tudo que é muito doce um dia amarga,
Desculpe-me os incomodados, mas meu discurso não é feminista,
É feminino.
É sobre o medo de um viver diario, de um SOBREVIVER em sofrimento
Não falo de medo de rato, nem de barata
Pra esses existem veneno,
O medo tem a raiz mais embaixo, no fundo do pensamento
É o medo de sair na rua a noite e ser confundida com um pedaço de carne
Ser humilhada, usada, abusada
Ser violentada, explorada, estuprada
SEM CONSENTIMENTO
É o medo de usar a saia/short da moda,
Naquele passeio com as amigas
Porque se você não tem um carro na porta,
Pior, se morar em periferia
Vai virar alvo da sociedade e nem a sua dignidade, vc vai ter direito:
"Mas na rua, sozinha, uma hora dessa?!"
"Com essa roupa?!"
"Estivesse em casa, não teria acontecido."
Obrigada, sociedade, por me mostrar toda vez, que é em mim que está o perigo.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Eu poderia tentar explicar, mas você não chegaria realmente a entender
Não a cores que reflitam, nem calculos que mencionem
Suas palavras não alcançam, seus olhos não conseguem dimensionar
Você pode até dizer que entende, mas não tem ideia,
Do que é deitar todo dia sentindo, que o mais lindo que se tem na vida, é a perspectiva da morte
E se você acha que sabe o que é um dor, te desafio a sentir
O que é uma escuridão tão funda, que destoa seus sentidos e esmaga sua vontade
E no dia que você se levantar bem, meu bem, espere
Porque a sensação virá, porque ninguém se importa realmente
Porque eu escrevo isso?
Porque novamente eu digo, você, nem ninguém, sabe o que é a dor de não se sentir confortavel consigo.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Melancolia

Eis que meu sorriso aparece quando te vejo,
Não que seja por alegria, porém também não é por falta dela
É porque meu peito, de tanto bater descompasado, encontrou em em teus sorriso o mais lindo caminho
E é minha mente, sempre tão conturbada, afastando-o continuadamente, de forma afetada
É por medo de perder-te, e de podar tuas asas que mesmo estando em queda,
Põe sorriso no rosto, me encho de alegria, por quatro ou cinco horas,
Porque depois que vais embora, meu amor, visita-me a melancolia.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Quem, que fez?

Meu amor, quem foi que plantou esse sorriso lindo no teu rosto
Quem semeou esses olhos tão brilhantes
Quem te ensinou esse seu jeito faceiro
Quem pousou sua alma...
Em mim.

sábado, 23 de abril de 2016

Quando eu não mais existir

Quando eu não mais existir,
não haverá dor, não serei mais eu, não haverá espera
Quando eu não mais existir,
eu serei nada, e do nada sentirei saudades, das saudades sentirei falta
Quando eu não mais existir,
aqueles que me amam choraram, os que me odeiam sorriram, e no fim todos esqueceram
Porque quando eu deixar de existir,
Lembrança virarei.

Câncer de alma

Sentada em cima de um muro imaginario,
abaixo de um céu sem estrelas
Incontrolavelmente chorei...
Não por ter perdido algo, não por ter me machucado
Chorei por existir, chorei por ser quem sou
Chorei por nunca ter chorado
Tinha acabado de voltar do especialista,
daqueles que prometem curar sua dor
Dor de cabeça, dor no corpo, dor de dente
Mas não a maior dor,
A dor da vida.
Eis que após tanta discussão, tantas (in)conclusões
Cheguei a um dignostico, daqueles aterradores
que te fazem sair da sala de cabeça baixa, lagrimas nos olhos, esperenças destruidas.
Sem acreditar fui para casa, como uma pena carregada por um vento, dois dias depois abro os olhos na cama e vejo que cura não há para o meu mal...
Eu não tenho asma, nem diabetes, muito menos pressão alta,
eu tenho câncer...
Câncer na alma.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Moreno

Moreno, definitivamente você tem o dom de me magoar
É só olhar torto, é só respirar manso
E lá vem você me machucar
Me quebra e cola com cola de amor
Moreno, se for pra correr fora, me deixe de fora, por favor
É só olhar pra outros, é só seu jeito torto
E lá vem a sensação de me matar
Mas moreno, até que gosto,
porque sempre volto pra seu abraço,
me confortar.

Ela

Ela me olhou, dois anos atrás, e me estendeu a mão
Ela vai voltar, ela sempre volta,
Mas Ela veio mais cedo, cedo demais

domingo, 3 de abril de 2016

Corpus

Meu amor, sou tua pequena
Criança abandonada, sedenta por teus braços
Criei em teus labios, morada para os meus
Em teus braços, abrigo do meu corpo
Em teu corpo, esconderijo da minha mente
Em tua mente, o desejo que temos um pelo outro.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Labi(rint)os.

Eis me aqui deitada nos braços do acaso, esperando que teus braços me abracem.
Eis que me encontro a deriva nas águas escuras do teus olhos, e neles me perco me achando nos teus lábios e no teu corpo inteiro.
Eu que já me encontro perdida em devaneios, tuas palavras doces me arrastam em maré e em seu doce halito me encaixo inteiro.
Eis que tens em ti, todos os labirintos do mundo.

Desculpe

Desculpe-me,
Pelas birras insensatas, pelas horas gastas, pelas frias palavras
Desculpe-me,
Pelos choros sem motivo, pelas horas de delirio, por todo desafio
Desculpe-me,
Pelas tristezas, pelas lágrimas derramadas, pelas reclamações diarias
Desculpe-me,
Pela vida, pela morte, pela partida
Só não desculpe-me amor,
por amar-te mais que o devido.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Quinto dia

Ah pequena, aviso mais certo que esse não há
O amor destruirá teu coração,
chegara em tua porta, vestido de vermelho, com sapatos lustrados
oferecerá uma rosa e depois partirá.
Voltará no segundo dia, dessa vez já sem bater,
porta adentro, com açúcar pro teu café e chocolate pra tua vida
No terceiro dia, já se sentirá dono da casa
Vai usar tua sala, por o pé na mesinha, deitar no sofá
e ai de você que reclame. Não há de reclamar.
No quarto dia, já nem entra, ali mesmo ficou,
não reparaste? nem do sofá saiu, lá mesmo dormiu,
Pernoitou.
No quinto dia, trocou de roupa, pediu pizza, fez festa,
implantou aquela tal de amiga chamada Possessão,
e ai pequena, é o fim, começará a ruir,
diluir, destruir.
Construir.